A família de Ailson e Daiane só conseguiu aplicar essas práticas a partir do acesso a propriedade, mas para isso, tiveram que trabalhar fora com muito sacrifício e juntar dinheiro para a aquisição do terreno. O próprio Ailson avalia o processo percorrido como um aprendizado e valorização do esforço. “Como tudo na vida, as coisas devem ser feitas aos poucos e aprendendo na caminhada, no início tiveram muitas dificuldades e alguns prejuízos, mas se não fazer assim, não consegue. Não dá para esperar pelos outros e eu tinha meus objetivos”, afirma Ailson.
Com o êxito da experiência, os pais, o sogro e um dos irmãos que morava em São Paulo, juntaram-se na atividade, no início nenhum deles acreditavam. Além da criação diversificada de animais (bovinos, caprinos, suínos, aves e equinos) a família adquiriu um resfriador para armazenamento do leite, um trator com toda implementação agrícola e transporte, uma moto para entrega e desenvolvem uma serie de práticas adequadas ao semiárido, com plantas consorciadas e uso comum da área entre todos os membros da família. Para complementação da alimentação animal a família compra milho, soja e cevada.
A maior dificuldade inicial foi o tamanho da propriedade. Os critérios do banco não permitiram o acesso a crédito para estruturação das áreas com essas dimensões. Depois do Cadastramento Ambiental – CEFIR[1] e do uso comum do território de toda família foi possível o acesso aos créditos. Uma visita do técnico foi fundamental para a garantia do Banco na liberação dos créditos.
[1] Instrumento criado pela Lei 12.651/12 (Novo Código Florestal), que determina e possibilita o registro dos imóveis e posses rurais junto aos Órgãos Estaduais de Meio Ambiente – OEMA’s, para fins de controle e monitoramento ambiental, melhoria dos processos de licenciamento das atividades rurais, gestão integrada dos territórios e acompanhamento dos ativos ambientais das propriedades.