A propriedade foi adquirida por meio de recibo de compra e venda (direito de Posse) e em seguida foi obtido o título da terra através do projeto de regularização fundiária Bahia Forte/Terra Legal. Programa executado pela Coordenação de Desenvolvimento Agrário – CDA em parceria com consórcios públicos municipais[1].
A Articulação do Semiárido – ASA[2] e os Consórcio de Municípios da Bacia do Jacuípe foram fundamentais na implementação da infraestrutura da propriedade, beneficiando a família com cursos de gerenciamento dos recursos hídricos, aguadas, pequenos projetos produtivos de produção de alimentos agroecológicos, através dos quintais produtivos.
Foto: Claudio Dourado
A educação contextualizada oferecida pela Rede Municipal de Educação do Município de Várzea do Poço Junto com as pastorais sociais da Diocese de Ruy Barbosa também contribuíram muito como base para mudança de mentalidade em relação a região semiárida.
Junto com esses investimentos a partir da sociedade civil vieram as políticas públicas de âmbito federal como o projeto Minha Casa Minha Vida e o Programa Luz para Todos[3]. Com isso, foi possível a eletrificação rural da propriedade e a construção da moradia e do biodigestor através do Programa Nacional de Habitação Rural (Lei 11.977/2009) que possibilita ao agricultor familiar, trabalhador rural e comunidades tradicionais o acesso à moradia digna no campo, seja construindo uma nova casa ou reformando/ampliando/concluindo uma existente?. A infraestrutura, inclusive hídrica, partiu do Projeto Adapta Sertão e Água para Todos – Governo do Estado, Projeto Aguadas e Duas Águas através da Articulação do Semiárido em parceria com os Governos Federal e Estadual, além dos créditos do PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar e AGROAMIGO – Programa de Microcrédito Produtivo Orientado do Governo Federal.
Essa experiência ajuda a contrapor o estereotipo que o “Nordeste é lugar miséria”. Além de proporcionar reflexão, construção e cooperação dos saberes, visando à valorização sociocultural dos diversos povos e em especial, os jovens que vivem no campo do semiárido. Toda a vizinhança começa a receber influência positiva de sua propriedade e muitas viagens de estudos e intercâmbios são feitos entre camponeses de toda região.
Foto: Claudio Dourado
A fabricação de queijos ajuda a libertar da especulação do preço do leite, mesmo assim a família ainda é refém de uma falta de planejamento no município e da lei de oferta e procura. Como os animais são confinados, o período de estiagem é mais favorável ao mercado, já que esse período poucos produtores conseguem manter a produção no mesmo ritmo.
A família adotou o sistema de confinamento e inseminação como ações específicas e estratégias de manutenção de produção de leite e ciclo de parição para manter a produção sem variações que comprometam a demanda da clientela durante todo o ano. Para a criações de aves também adotam uma manutenção de plantem para atender as demandas dos consumidores.
[1] http://www.carlosbritto.com/governo-baiano-amplia-acoes-de-regularizacao-fundiaria-na-bahia/
[2] A ASA é uma rede que defende e propaga políticas públicas de convivência com o Semiárido formada por mais de três mil organizações da sociedade civil. A ASA tema a missão de fortalecer a sociedade civil na construção de processos participativos para o desenvolvimento sustentável e a convivência com o Semiárido referenciados em valores culturais, de justiça social e construção coletiva do conhecimento.
[3] O programa social Luz Para Todos foi criado em 2003, com planos nacionais e estaduais e parcerias com a iniciativa privada. O objetivo do programa é levar energia elétrica às regiões rurais e/ou às casas que ainda não a tinham. A iniciativa é coordenada pelo Ministério de Minas e Energia, operacionalizada pela Eletrobrás e executada pelas concessionárias de energia elétrica em parceria com os governos estaduais.