Na aldeia Xandó as principais iniciativas econômicas são a venda de coco, de artesanato, a produção e venda de óleo de coco, peixe e marisco. Pela proximidade ao vilarejo de Caraíva investem em camping, pousadas, restaurantes, aluguel de casas e de buggy.
O turismo, a pesca, a agricultura, a pecuária e o artesanato dependem da época do ano. Na alta temporada o turismo e o artesanato prevalecem, na baixa as atividades internas, como a agricultura, a pesca e a pecuária predominam. (...)
A recuperação da cultura existe há 10 anos como disciplina no currículo escolar. Patxõhã é a disciplina que ensina a língua Pataxó e as histórias do povo. História e artes são voltados para o Patxohã, já português, matemática e geografia são convencionais. O objetivo é poder trazer tudo para a realidade Pataxó, como trabalhar com os animais e as plantas locais. O índio mais velho, Tururin, era fonte de informação da cultura, mas perdeu a fala quando teve um AVC há um ano. Hoje apenas 80% da língua Pataxó é falada, muitas palavras foram esquecidas. Foi institucionalizado e é ensinado nas escolas. Ensinamentos funcionam de pais para filhos, e assim, aprendem sobre a fauna e a flora regional. Porém, devido à proximidade com as cidades de Corumbau e Caraíva, a interação e a influência são muito fortes. “Nós temos grande dificuldade em manter a cultura visual de antigamente. O índio virou ficção e objeto de decoração.” (Daniel Santos/ Guanamby). (...)
Uma nova escola será inaugurada este ano. Para a construção do colégio receberam 80000R$ da FUNAI. A quantia era insuficiente para o projeto, e por isso começaram uma arrecadação de 60R$ por família. Hoje, falta apenas terminar a construção de uma sala, dividindo uma em duas. Antes eram apenas 11 alunos, mas hoje já são 60. Só há um professor e devem chegar mais 4 para suprir a demanda. A escola na beira da praia existe há 12 anos em um espaço privado. Ela será passada para cima em um espaço colaborativo maior com 2 salas e deve ser inaugurada em 2016.
Créditos
A todos os novos amigos Pataxó que me ajudaram com muito carinho e paciência: Daniel (Guanamby) Santos, Jucimario Vakai, Clérison (Kandurú) Santos, Jarauí Marcelino, Ana (Jandaia), Sebastião (Kandurú), Akurynã Pataxó e o pajé Ouriço.
Registro fotográfico: Camila Peters Ferrão.