O povoamento de Baliza iniciou-se no início do século XX, com a descoberta de uma jazida de diamantes na região. Os povoadores eram nordestinos e paulistas em busca de melhores oportunidades nos garimpos da região. Nessa época, era comum que trabalhadores se deslocassem de várias regiões do país, em busca de fortuna fácil nas jazidas de ouro e diamantes do centro-oeste e norte do país. Com o crescimento do garimpo e da população, o povoado de Baliza – que até então pertencia ao município de Doverlândia - foi emancipado em 1942, tornando-se um município autónomo.
Mas, poucos anos depois, com o declínio do garimpo, a região teve uma grande queda populacional. A região sofreu uma verdadeira estagnação, grandes extensões de terra passaram a ser ocupadas por latifundiários, principalmente produtores de soja e leite. Somente com a chegada dos camponeses que recebiam terras na região através do processo de Reforma Agrária é que a população da cidade voltou a crescer. Hoje, a região de Baliza e a cidade vizinha Doverlândia concentram o segundo maior número de assentamentos do estado de Goiás.
"A região tem tanto assentamento porque a agropecuária é muito forte. O campesinato foi passando de pai pra filho. É uma área de gado, e o pessoal foi cansando de trabalhar pros outros e foi se aglomerando para formar os acampamentos" (Erllan Luis Souza Faria, camponês assentado na área).
A região sofreu uma verdadeira transformação. Terras que antes pertenciam a um só dono, hoje estão nas mãos de centenas de camponeses.
As famílias que residem no Assentamento Oziel Pereira Alves são oriundas de diversas partes do estado:
"O nosso Assentamento reúne pessoas de todos os lados do estado de Goiás, tem gente da região de Goiânia, de Crixás, que é mais ao norte e também do sul do estado porque nós juntamos vários acampamentos, varias histórias para formar o Oziel ", relata o Sr. Firmino Moreno Martins.
A maior parte dos assentados na área residia na cidade quando decidiram participar do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). São pessoas que, nas palavras do camponês Firmino "éramos quase todos trabalhadores pobres da cidade, motoristas, cobradores, etc., cansados de enriquecer patrão, que ficamos desempregados alguns e já tínhamos vontade de ter terra e aceitamos o desafio de lutar por ela". Vale ressaltar, porém que, em sua origem, a maior parte destas pessoas guardavam uma ligação com o campo, como relata o assentado Erllan Luis Souza Faria: "Decidi voltar ao campo pela recordação da infância. Eu achava que trabalhando na cidade poderia comprar uma terra. Com o passar do tempo, vi que isso era ilusão e decidi entrar pro MST".
(...)
Descargue el caso aquí.