A terra quilombola das Cabeceiras, localizada na zona rural do município de Óbidos, Pará, foi regularizada em 2000, em um total de 17.189,6939 hectares titulados em nome da Associação das Comunidades de Remanescentes de Negros da Área das Cabeceiras (Acornecab). As 610 famílias quilombolas (1.100 pessoas aproximadamente) que lá vivem estão distribuídas em 11 quilombos: Silêncio, São José, Patauá do São José, Castanhanduba, Vila Nova Castanhanduba, Serra, Centrinho, Apuí, Ponte Grande, Cuecé e Matá.
Coordenadas: 01º 57' 26" S 55º 21' 47" W
O território quilombola encontra-se no município de Óbidos, um dos mais antigos da região, fundado em 1755. Óbidos tem pouco mais de 50.000 habitantes e ocupa uma área de 28.021,419km². A base da economia do município a é a castanha do pará, fibra de juta e a pesca.
O território quilombola Cabeceiras localiza-se no bioma da Amazônia Brasileira, na mesorregião do Baixo Amazonas, onde estão diversas comunidades quilombolas que partilham um histórico comum de formação e de luta conjunta por direitos e pela titulação de suas terras. O caminho até a titulação de Cabeceiras ilumina a importância dessa articulação regional, com quilombolas de um município vizinho, Oriximiná, tendo importante papel no conhecimento da existência do direito ao território e no auxílio com o procedimento burocrático da regularização fundiária.
Mapa da Mesorregião do Baixo Amazonas
Como os demais títulos quilombolas, o da Cabeceiras é uma propriedade coletiva que não pode ser comercializada, arrendada ou dividida. A regularização do território foi realizada pelo governo federal, através da Fundação Cultural Palmares, órgão ligado ao Ministério da Cultura.
Além das comunidades das Cabeceiras, há no município de Óbidos outras nove comunidades quilombolas, mas nenhuma delas conta ainda com territórios titulados.