A escola Três de Maio e um espaço aberto a toda a Comunidade, apesar de algumas imposições, por parte do Estado, à instituição. A comunidade tem a escola como um ponto de referencia no Assentamento. A Escola e Comunidade se promovem eventos culturais, palestras de diversas temáticas, reuniões com o movimento social, MST.
Mesmo assim, é desafiador para as famílias assentadas garantir a permanência dos jovens no campo. Atualmente, os jovens estão se dedicando mais aos estudos, muitos saem de casa para trabalhar fora durante o dia e retornam à noite, outros permanecem com a família, alguns assumindo o trabalho na Comunidade. Alguns que saíram e arrumaram família, com certo tempo acaba retornando para permanecer no lote. Diante disso que estes limites não estão relacionados somente à educação, mas ao modelo de reforma agrária, como o tamanhos dos lotes, falta de políticas públicas para os jovens, necessidades econômicas para sobrevivência e os sonhos individuais, mais aguçadas nessa idade.
Esta proposta de educação foi construída coletivamente e foi consolidando através da práxis dos sujeitos envolvidos neste processo, através da luta política, na possibilidade de mudar uma realidade como é o caso da produção agrícola que, mesmo tendo como carro chefe, para a economia das famílias, o café e a pimenta do reino, os programas de aquisição de alimentos muito tem contribuído em termos de organização financeira e diversificação da produção.
No campo da agroecologia e práticas sustentáveis, a escola em parceria com a comunidade, tem experimentado algumas iniciativas como o reflorestamento de nascentes, a produção de caldas para aplicar na agricultura, além do combate ao uso de agrotóxicos e queimadas.
Mesmo com os avanços, depois de décadas de ações organizativas, neste novo jeito de caminhar surgiram grandes dificuldades em relação aos órgãos responsáveis pela educação formal do estado. A Secretaria Estadual de Educação/ES (SEDU), que na época era representada pelos Núcleos e Subnúcleos de Educação, infelizmente não reconhecia o trabalho de educação realizado no contexto de ocupação do MST e nos assentamentos, pois fugia às regras da legalidade institucional; e ultimamente, os governantes tem dificultado o dialogo, não querem que as coisas andem. Até as propostas para uma melhor gestão das escolas do campo, junto ao Comitê da Educação do Campo do Estado, foi engavetada e na atual conjuntura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PEREIRA, Gerlan Barbosa. Pedagogia do MST: As Práticas Pedagógicas na Formação Integral dos Sujeitos na Escola Três de Maio, Assentamento Castro Alves, Município De Pedro Canário, Espírito Santo. Universidade Federal do Espírito Santo, Centro Universitário Norte, Departamento de Educação e Ciências Humanas, Licenciatura em Educação Do Campo. 2018.
Revista Temo – Uma publicação de Bellumat Comunicação Publicidade e Promoção LTDA. Pedro Canário, 1995 – Numero 01;
CARDOSO, José Odônio de Sá Neto. Texto de Historia do Assentamento Castro Alves e Escola Três de Maio;
Arquivos e fotos da Escola.
CRÉDITOS
Sistematização elaborada pelos professores da Escola Três de Maio: Magnólia de Souza Maia, José Odônio Cardoso de Sá Neto e Gerlan Pereira Barbosa.
Fotografias: Arquivos da Escola Três de Maio
Assentamento Castro Alves - Pedro Canário/ES, 13 de março de 2019.