Atualmente, 165 famílias estão assentadas em três assentamentos: Nova Canaã; Chico Mendes; e Ismael Felipe. Cada um tem sua forma própria de organização. Em todos os assentamentos existem associações e as decisões se dão nas assembléias mensas que são realizadas, desde que era acampamento.
Os três assentamento são bem articulados e mantem reuniões periódicas entre as três associações. Eles compõe o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural do município de Tracunhaém, inclusive o presidente do conselho é uma lideração do assentamento Nova Canaã. As famílias abastecem, com suas produções, as feiras dos municípios de Arassoiaba, Carpina, Tracunhaém e Nazaré da Mata.
“Tiramos o latifúndio e colocamos alimentos baratos e saudáveis nas feiras. Hoje, onde eu chegar e falar que sou desse assentamento, sou recebido. Sempre tive o sonho de ter um pedaço de terra e sair da escravidão que é trabalhar para os outros, cortando cana. A escravidão acabou! Esses que estão aqui podem dizer que estão libertos das Usinas” (Bambú).
“A gente não se acovardou diante do 'senhor do engenho'. Não baixamos a cabeça. Conseguimos nosso objetivo. Enfrentamos o Grupo João Santos, mesmo sabendo da violência dele contra os trabalhadores. Como será daqui a 20 anos em Pernambuco, no Brasil? Vou estar realizada, com a terra do jeito que sonhei, plantando, produzindo, fornecendo alimentos” (Marilene Ferreira da Silva).
“É uma história de muito sofrimento, com sol, com chuva. Quem nos ajudou foi Deus, a CPT e muita gente de fora. O que a gente pôde fazer, a gente fez. Foi uma vitória muito grande que a gente teve. Morreu gente, matado, queimado, afogado, de doença. Hoje, tiro meu pão daqui de dentro: macaxeira, fava... A luta não foi em vão. João Santos disse que não ia dar uma palma de terra para nós aqui, e agora ele só tem 7 palmas de terra na cara dele (faleceu em 14.04.10). Dou muito valor à CPT: cobertor na hora do frio, remédio para doente, comida” (Maria José).
Crédito de las fotografías: Arquivo CPT NE II