ESTRATÉGIAS DE ACESSO AS POLÍTICAS PÚBLICAS DA COMUNIDADE URUÇU
Mesmo todos/as sendo de origem camponesa, os jovens sempre tiveram a sedução pelos centros urbanos, parte dessa sedução é fruto da desvalorização do clima – bioma caatinga. Ao longo dos séculos foi criando, no imaginário do povo, o semiárido como uma região inviável economicamente e sempre a migração intensificava nos períodos de estiagens prolongadas, mas a última que aconteceu por volta dos anos 2010/2015 fez os moradores da comunidade refletirem sobre a valorização do lugar e do seu modo de vida, principalmente a partir do sofrimento que a família de Ivanilda dos Santos passou com a migração: “sou uma lavradora com orgulho! No ano de 2013, por causa da grande seca saí de minha terra com minha família para São Paulo achando que lá ia ser bem melhor, mas foi um grande engano. Por que fiquei com muita decepção, com trinta dias o meu marido ficou desempregado, nós pagando aluguel e os meus filhos infelizes pela rotina que tinha, sem lazer. Daí decidimos voltar para nossa terra e descobrimos que o pouco que ganhamos também dava pra sobreviver. Hoje trabalho na casa de polpa e sou uma pessoa realizada e descobri que sou muito feliz sem ter que sair para outra localidade”.
Foto: Arquivo da Associação Comunitária do Uruçu
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O acesso à terra e a prática de convivência com o semiárido permitiu que as famílias fixassem no campo e melhorasse a qualidade de vida. O beneficiamento de frutas da caatinga e plantio de frutíferas em veios d’água – radiestésica[1]possibilitou o interesse pelo território e pela organização social.
A associação tem como objetivo de promover a produção, empreender a economia, garantir a assistência técnica, garantir a autonomia e as políticas públicas dos associados, contribuir com atividades de pesquisa e extensão rural, Sustentabilidade econômica, capacitação, investimento produtivo, comercialização, fortalecer a agricultura familiar, celebrar convênios com órgãos públicos, entidades financeiras e cooperativas, garantir a preservação ambiental e atividades culturais.
Através da Associação foram adquiridos para a comunidade projetos de roça comunitária, aguada, mercadinho, casa de farinha, escola, posto de saúde, energia elétrica, equipamentos para beneficiamento da produção, além de construir a sede da associação e casa de polpas, com recursos próprios, pequenas doações e mutirões.
[1]Uma pessoa com sensibilidade de detectar água através de um ferrinho marca os locais das covas encima das fendas onde as raízes penetram para se manterem vivas e produzir durante todo o ano. Com a Radiestesia é possível medir a extensão e a consistência da aura - campo energético, garantindo o equilíbrio entre o subsolo e as raízes das plantas.