“Não tinha escola, às vezes adoecia uma criança, morria à míngua, porque a gente não tinha um barco para levar, não tinha uma voadeira, e hoje nos temos escola, se a gente quiser uma voadeira para levar uma pessoa que está doente, a gente leva, tem uma pista de pouso, estamos realizando mais um sonho”, Maria Laura Mendes da Silva, moradora de Resex na Terra do Meio.
Na Terra do Meio, foram desenvolvidas ações que ajudaram a estruturar e desenvolver o associativismo local e iniciou-se trabalho de desenvolvimento das cadeias produtivas dos produtos extrativistas visando a apresentar opções para aprimorar o desenvolvimento econômico sustentável das populações tradicionais.
Foram desenvolvidas alternativas de mercado com a aproximação de compradores diferenciados para castanha, borracha, copaíba e outros produtos; foram desenhadas soluções tecnológicas de armazenamento e processamento de babaçu, andiroba e castanha, e retomada a produção de látex. Iniciaram-se experiências de implantação de fundos comunitários de capital de giro para apoiar a produção.
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A produção da Terra do Meio caminha para a potencialização do modo de vida extrativista, com manejo de um conjunto variado de produtos extraídos da floresta de forma sustentável para uma comercialização diferenciada. Um exemplo de iniciativa neste sentido é a parceria, iniciada em 2013, entre a fábrica de chocolates Cacauway e os extrativistas das Resex da Terra do Meio, que permitiu que a empresa fabricasse bombons utilizando o cacau e as castanhas da Resex. Outras empresas, como a Wickbold, também desenvolvem projetos para adquirir matérias-primas produzidas nas Resex da região.