Como o grupo de Mulheres “Comadres do Café” está situado numa região de resistência aos grandes projetos de Mineração bauxita. Mesmo assim, não temos a garantia de que esta região não será minerada.
Apostamos na organização das comunidades, na garantia dos direitos de defender esse território com suas características próprias de relacionar com o território mantendo suas riquezas naturais, mantendo o modo de vida da população e respeitando as crenças e costumes, fortalecidos pelas parcerias das organizações que defendem a vida e o meio ambiente, somando a tantos outros sinais de resistência dos povos e alternativas de sobrevivência no campo, que respeite a natureza e fortaleça a agricultura familiar.
Temos o Parque Estadual Serra do Brigadeiro (Decreto n.º 38.319) que tem em seu atual plano de manejo[1] e determina que no raio de 10 km não se pode minerar, apesar de ser uma região demarcada com grandes jazidas de bauxita, a segunda maior do Brasil, a maioria dessas comunidades das mulheres integrantes do Grupo estão localizadas nessas áreas.
Mesmo com as legislações ambientais vigentes, as empresas minerarias, usam de má fé, ludibriando os proprietários que muitas vezes dão anuência para entrarem na propriedade e minerar, sem maiores informações sobre os impactos que causarão. Para enfrentar esta situação as comunidades têm-se organizado e com o apoio de Leis e programas como: Criação do Polo Agroecológico e de Produção Orgânica da Zona da Mata – Lei 23.207/2018; o PNAE- Programa Nacional de Alimentação Escolar (Lei 11.947/2009) e o PAA – Programa de Aquisição de Alimento (Lei 10.696/2003). A produção Agroecologia com a garantia desses contratos comerciais dão segurança às produtoras através da garantia de preço mínimo e suporte para capital de giro, fortalecendo as famílias no enfrentamento.
[1]O Plano de Manejo é baseado na Lei Federal do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação) nº 9.985/2000